sábado, 17 de outubro de 2009

O ESCOTISMO EM CARIRIAÇU


Tudo deu-se inicio em 1899 em Mafeking, na África, quando um homem viu na juventude a energia e a garra com que trabalhavam em prol de um ideal e como poderiam ser úteis.

Este homem era Robert Stephenson Smith Baden-Powell, um general do exercito inglês, que em uma batalha na áfrica, quando se viu sem soldados para cumprir todas as tarefas necessárias em um acampamento de guerra e proteger seu território, designou jovens para trabalharem como enfermeiros, observadores, cozinheiros, lenhadores, entre outros, até que chegassem seus reforços. E com toda essa ajuda conseguiu vencer a guerra.

Quando retornou a Inglaterra resolveu publicar artigos relatando como tinha sido a sua experiência nessa batalha e fazendo alusão a participação dos jovens. Os artigos se tornaram uma febre entre os jovens da época, dai foi quando B-P teve a iniciativa de reunir um grupo de 20 jovens e partir no dia 01 de agosto de 1907 para a ilha de Brownsea, aonde realizaria um grande acampamento, no qual seria o marco inicial do movimento escoteiro. B-P viu que os jovens poderiam aprender como se portar em diversas situações. Foi quando surgiu a idéia de fazê-los aprender pela ação. A partir de então o escotismo se alastrou pelo mundo chegando ao Brasil após 3 anos da sua fundação.

Aqui também não foi diferente. A novidade de um movimento de jovens com a colaboração de adultos se expandiu por todo o território nacional. Por volta de 1965 um menino pernambucano, de origem humilde, teve contado com o movimento e aflorou o desejo de ingressar nele. Mas por sua família viajar muito, teve de se separar e deixar de vivenciar o escotismo, porém o amor que sentiu por ele não se apagou jamais.

Em 2000 esse menino já era grande e seu desejo ainda mais forte. Ele viu que na cidade de Caririaçu que o seu gosto pelo escotismo poderia se multiplicar no peito de outros.

Surgia então, no dia 04 de agosto, o Grupo de Escoteiros Nossa Senhora do Carmo, que como na ilha de Brownsea, na Inglaterra, um acampamento seria o marco histórico da sua iniciação. Contamos com a participação de 9 membros fundadores que tiveram o papel e a responsabilidade de difundir o escotismo na cidade.

Agora no dia 04 de agosto de 2009 completamos 9 anos de luta e dedicação ao movimento que se expande a cada dia pelo mundo. Foram 9 anos de muitas aventuras, conquistas, derrotas e, sobretudo aprendizado.

Para melhor explicar toda a nossa trajetória faremos uma analogia com uma mangueira – árvore esta que, na maioria das vezes, nos abriga sob sua sombra nos acampamentos.

Como qualquer outra árvore ela nasce de uma semente que se desenvolve, cresce, floresce e dar frutos. Como nós as mangueiras também sofrem. Existem as pragas que a corrompem. Surgem ervas-daninhas, cupins, pássaros e o próprio homem.

As ervas-daninhas sugam todas as nossas energias, se alimentam como parasitas da vitalidade para se manterem revigoradas e de pé.

Os cupins nos destroem por dentro, corroendo o nosso interior e nos deixando vazios e ocos.

Os pássaros surgem em busca dos cupins que nos habitam. Bicam e destroem todo o nosso tronco para se alimentarem de quem nos corroeu, e acabam se aproveitando da facilidade de encontrá-los no nosso interior.

Após tudo isso a nossa mangueira já está fraca, oca, e quase toda destruída, só resta-nos ainda a nossa raiz que foi firmada profundamente.

Mas não satisfeitos com a degradação da árvore, que ainda tem condição de sobreviver, chegam os homens que arrancam nossas folhas, quebram nossos galhos, cortam o nosso tronco, queimam nossas partes e ainda não contentes com nosso fim arrancam-nos nossa raiz. E a árvore, nossa mangueira, chega ao fim.

Os homens pensam ter acabado conosco, estão enganados. A mangueira antes de tudo, floriu, deu frutos e nos deixou sementes caídas sobre o solo ao seu redor.

Pensaram que por destruir a árvore mãe tudo teria acabado. Mas não, começa a partir de agora uma luta ainda maior contra varias sementes que estão germinando, e que se destruídas algumas, outras sobreviveram porque sempre vai haver quem cultive a árvore de tão doce fruto.

O escotismo é este fruto, e mais, não se tira de dento de ninguém o fato de ser escoteiro de alma, espírito e coração.

Hoje, comemoramos 9 anos e este já é a nossa preparação para comemoramos uma década de escotismo em Caririaçu.

Deixamos aqui um recado final: “obrigado a todos e a todas que nos ajudaram direta ou indiretamente para que nós nos desenvolvêssemos e nos tornacemos o que somos hoje, ESCOTEIROS DE ALMA, ESPIRITO E CORACÃO”.


José Hélio

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